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Está chegando o fim da festa

Está chegando o fim da festa

Sabe aquele momento em que você percebe que se sair de um evento ou de uma festa lhe evitará filas imensas no estacionamento, ou no guichê de pagamento ou até mesmo conseguirá pegar um Uber sem dificuldades… Aqueles 10 ou 20 minutos lhe pouparão um bom tempo e evitarão muito stress.

No mercado financeiro, o segredo é sempre chegar antes e sair antes. A massa sempre perde. Poucos ganham muito e muitos perdem, muito ou pouco. Injusto, acho que não. Faz parte do jogo. 

Ir contra a opinião da maioria sempre gera controversas, polemicas e muitas vezes antipatia. É muito mais fácil concordar com a massa, acertar junto e também errar junto.
Quando se está pessimista então, é pior ainda, pois as pessoas odeiam pessimismo. Todos querem olhar para frente e ter a esperança de que tudo sempre dará certo. Os otimistas ganham na maior parte das vezes, afinal, a humanidade andou para frente em sua história, não para trás. 

Existe um porém, quando o pessimista acerta, geralmente acerta sozinho (poucos estão no mesmo barco), portanto, ganha muito. Mas existem poucos momentos de crise, os momentos se euforia duram muito mais.

Com quase três décadas acompanhando o mercado, lembro perfeitamente das crises, foram sempre intensas, geradoras de stress, marcantes. Os momentos de euforia, fizeram muito mais parte do meu dia a dia, foram mais comuns, e por isso marcaram menos a minha memória.
Estar pessimista é diferente se ser pessimista. Eu sou um cara muito otimista, até demais, porém, eu estou pessimista.

Relembrando meus textos ao longo do ano, acertamos muito mais do que erramos, e estive otimista durante a maior parte do ano. Porém, confesso que os poucos momentos que realmente perdi dinheiro foi em março com o Covid (escrevi um texto sobre isso em abril 2020) e na eleição americana. O último movimento da bolsa anulou todo o ganho que tive na moeda (gravamos um vídeo no final de outubro prevendo o dólar a 5,00 reais – estava em 5,42) e “bem” mais um pouco.

Com a experiência, fui vendo que quando você toma um tombo no mercado, a melhor coisa que tem a fazer é ficar fora. Assimilar o prejuízo, zerar ou reduzir consideravelmente seus riscos e esperar. Até que algo fique muito claro na sua cabeça a ponto de lhe dar convicção para voltar para o jogo. E foi o que fiz nos últimos 40 dias. Fiquei olhando. Vi a bolsa sair de 97 mil e subir quase 20 mil pontos na minha cara. Dado minha redução de risco, não ganhei nem um décimo do que havia orçado no movimento do dólar.

Faz parte do jogo. Eu não ganho todas, e meu objetivo nunca foi esse. Quero apenas ganhar mais e perder menos.

 

E não posso reclamar do ano. No final de maio, nossa segunda “live”, nós previmos uma recuperação do mercado. Em Julho, falamos sobre o potencial stress nos títulos pós fixados. Também falamos que a bolsa iria buscar 20 e poucos mil pontos em dólar. Como citei acima, falamos da queda da moeda, após ela já ter caído 40 centavos, alertamos sobre mais 40 que estariam por vir.

Erramos o resultado da eleição americana, erramos a recuperação em V da economia (será?), superestimamos a capacidade do governo de governar e fazer o que há de ser feito, achamos que o Covid iria passar logo, que o Brasil voltaria para uma trajetória de solvência fiscal, que iria buscar 20 mil pontos em USD por conta do” catch up” com os demais emergentes. Mas espera ai. Isso nós erramos. E isso corroborava com nossa visão otimista para o mercado desde do final de maio. Portanto, por logica a economia estaria em “L” ou em “\”. Não em “U” como previmos muito menos em “V”, como o que os preços nos mostram hoje.

Usamos uma frase que sempre vale para aqueles que são do contra. Não sigam os preços e sim os fundamentos. O fundamento sempre prevalece. Preços, não dizem nada, apenas refletem um estado de espirito da maioria. E estes são os momentos que eu mais gosto. De ser do contra, de gerar debates e discussões. Raramente concordo com a maioria. Não sei porque. Sempre fui assim.

Há um tempo que venho desenvolvendo (sempre estará em desenvolvimento) um modelo em que analiso apenas a volatilidade dos ativos. Não olho para preços e sim para potenciais de alta e de baixa. Probabilidades, avaliação de “timing”, risco retorno. É assim que eu opero hoje. E dá certo em muitos casos. Até por se tratar de estatística. Sempre a chance do erro, você apenas tem que tentar medi-lo e evitar insistir nele quando seu modelo falha.
Uma das minhas analises consiste em padrões históricos de volatilidade. Não vou entrar em detalhes, pois esse segredo guardo a sete chaves. Tenho otimismo que um dia ainda conseguirei monetiza-lo. Mas por enquanto, ele beneficia (na maior parte das vezes) a mim e aos clientes que me remuneram por isso. Injusto, tenho certeza que não.

 

Let´s cut the crap!!

No gráfico abaixo, a linha laranja representa o Ibovespa desde 2009 até hoje (15/12/20) … as barras cinzas que representam algo que realmente ainda estou testando, empiricamente. Pondo dinheiro na mesa. Tenho esta série desde 1994.

 

 

Quando o Ibovespa está sobre as barras cinzas, a volatilidade está dentro do padrão. Quando está sobre os espaços brancos, é sinal de aumento expressivo de volatilidade (sinônimo de risco, aumento de incertezas). E quando o risco aumenta, preciso apostar menos para ter o mesmo retorno. Portanto, os preços tendem a cair, na maior parte das vezes. Ambientes de recuperação abrupta também estão sob volatilidade acima do padrão histórico.

 Já prevendo há alguns dias esse sinal, “hoje finalmente” entramos em espaço branco (ainda imperceptível) no gráfico, e pelo visto, podemos ficar nele ainda algum tempo, levando o mercado no mínimo a uma realização do movimento de 20 mil pontos “non stop” que estamos vendo desde a primeira semana de novembro. Sei dos meus riscos e dos meus possíveis retornos e avalio, depois de mais de mês apenas brincando de operar, que entrei short (vendido) em Brasil. De que jeito, também não cabe a ninguém saber, por motivos óbvios.

Além da estatística, uma ferramenta de grande ajuda, obviamente, estou fundamentado na minha analise macro. Afinal de contas, como disse acima, os fundamentos sempre prevalecem. Espero poder ganhar dinheiro com meus erros também…

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